Ponto a ponto, o trançado dos fios alinha aquilo que se transforma em renda. Mais do que um conjunto de códigos de nós e entrelaçados exclusivos (que, por si só, merece um parêntese explicativo, pois contém mais de 130 pontos registrados em memória de ofício), a renda é um trabalho de carinho, delicadeza, sabedoria, conhecimento e dedicação.
As rendeiras paraibanas podem ser encontradas em diversas localidades do Estado, mas estão mais concentradas na região do Cariri. Dos municípios de Monteiro, São João do Tigre, Zabelê, Camalaú, São Sebastião do Umbuzeiro e Pedras de Fogos saíram as homenageadas do 15º Salão de Artesanato da Paraíba, que, nesta edição, tem como tema “Renda-se à Arte”.
De 22 de dezembro de 2011 a 22 de janeiro de 2012, no Jangada Clube, na Praia do Cabo Branco, em João Pessoa, o evento recebe 4.084 produtores de 81 municípios do Estado, que produzem artesanato, trabalhos de habilidades manuais e gastronomia na Paraíba. A feira, considerada uma das maiores de artesanato do País, tornou-se um importante espaço de exposição de trabalhos e negócios. Além disso, já é um evento tradicional da cidade, aguardado com ansiedade por paraibanos e turistas.
Segundo o secretário estadual de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Renato Feliciano, o Salão é de grande valor para a economia paraibana. “Além de fortalecer o turismo, gera emprego e renda, que são fatores fundamentais para o Governo do Estado. A expectativa para esta edição é superar o valor de R$ 1milhão em peças comercializadas, atingido no ano passado”, comenta.
O 15º Salão de Artesanato da Paraíba é uma promoção do Governo do Estado, por meio do Programa de Artesanato da Paraíba, vinculado à Secretaria de Estado do Turismo e do Desenvolvimento Econômico (Setde), sob a coordenação geral da primeira-dama do Estado, Pâmela Bório. O projeto arquitetônico é de Gustavo Vaz e Carolina Gomes, com a coordenação executiva de Ladjane Souza. O programa recebe ainda a parceria da Prefeitura de João Pessoa, Sebrae, Banco do Brasil e Programa de Artesanato Brasileiro (PAB).
Arte legítima – Para a gestora do Programa de Artesanato da Paraíba, Ladjane Souza, o evento ganha, a cada ano, mais destaque entre as feiras nacionais e internacionais – principalmente, segundo ela, porque a Paraíba vem tratando o artesanato local com muito zelo e respeito. “O tratamento que o artesão dá a cada peça que produz é o mesmo que o Governo dá ao seu artesanato. O Salão é a prova disso, por ser um espaço onde o artesanato é visto legitimamente como arte, e não como algo pobre, que deve ser exposto de qualquer forma e em qualquer lugar. Nos bastidores do evento estão arquitetos, designers, estilistas, técnicos, gestores operacionais e de planejamento que trabalham para o reconhecimento da arte local”, afirma.
O Salão é uma iniciativa do Programa de Artesanato da Paraíba, cujo maior desafio é valorizar e divulgar o artesanato paraibano, ampliando, além de fronteiras e divisas, o seu cenário de visibilidade. A meta, de acordo com Ladjane, vem sendo alcançada e até superada. “Pelas ações do Programa, o artesanato da Paraíba tem se destacado no país e no exterior. Além disso, contribui para a valorização e a criação de oportunidades de subsistência a quem sempre moldou o sustento com criatividade e sabedoria acumuladas e repassadas de geração em geração”, disse.
Produção – As quinze edições dos Salões de Artesanato Paraibanos sempre primaram por criar uma atmosfera de beleza cênica. Os visitantes têm oportunidade de contemplar a arte popular associada à configuração técnica e expressão simbólica de cada peça e à produção artesanal das diversas localidades. Este ano, o evento ocupa 800 m² de área interna e 1,2 mil m² de área externa, no Jangada Clube. Cada cantinho da Paraíba é representado por meio da arte.
Os mais de 200 mil visitantes esperados durante este mês de exposição terão a oportunidade de ver produtos criados a partir de materiais diversos: barro, pedra, madeira, fibras, osso, couro, metal, tecido, fios e sementes, entre outros. Nas mãos talentosas dos artesãos, esses elementos viram peças utilitárias e decorativas. São esculturas, adornos, adereços, brinquedos, rendas, tapetes, artigos de cama e mesa e vestuários em estilos que transitam entre o genuíno, o primitivo, o tradicional e o contemporâneo. Cada peça revela arte e guarda histórias que expressam a riqueza diversificada da cultura popular paraibana.
Programação – Entre os mais de quatro mil envolvidos, 481 são expositores – são artesãos individuais, associações, grupos de trabalho, oficinas, incubadoras, cooperativas, empresas e núcleos familiares. A programação também é enriquecida pela exposição de peças em renda de estilistas renomados no cenário nacional e internacional.
Como parte do Salão, os visitantes ainda podem conhecer a Casa Conceito. Projeto de arquitetura de interiores de Jonas Lourenço, que traz uma bagagem de simbolismos expressos nas obras dos artesãos paraibanos, das singelas telas da artista plástica Jô Cortez às rendas, crochês e cerâmicas do Programa de Artesanato Paraibano. O ambiente, construído à beira da Piscina do Jangada Clube, tem 30 m² de área e busca a integração máxima da releitura das paredes de taipa com o mobiliário rústico regional da Paraíba.
Seminário – Paralelamente ao 15º Salão de Artesanato da Paraíba, haverá um seminário sobre temas correlatos, para o aperfeiçoamento dos artesãos. Na pauta, palestras sobre o programa de artesanato brasileiro, o designer no artesanato, o marketing pessoal e a qualidade no atendimento. O evento acontece no auditório da PBTur, no dia 11 de janeiro, das 9h às 13h.
Funcionamento – O salão funciona diariamente, das 15h às 22h, até o dia 22 de janeiro. Nos dias 24 e 31 deste mês, vésperas de Natal e de Ano Novo, respectivamente, o evento funciona em horário especial, das 10h às 18h. Já nos dias 25 de dezembro e 1º de janeiro não haverá atividades. A visitação é gratuita. Apesar de estar próximo à praia, não será permitida a entrada em trajes de banho.
Fonte:www.paraiba.pb.gov.br
Fonte:www.paraiba.pb.gov.br
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