quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Sapucaí serviu de cenário para a literatura de cordel no desfile do Salgueiro

O sertão brasileiro serviu de cenário para a Acadêmicos do Salgueiro homenagear a literatura de cordel no desfile deste ano. Com o enredo Cordel Branco e Encantado, a vermelho e branco da Tijuca  caprichou no espetáculo de cores e efeitos especiais.
Na Marquês de Sapucaí, heróis e bandidos do Cangaço se unem aos 3.800 componentes da escola para garantir o décimo título no Carnaval do Rio.
A carnavalesca Márcia Lage, que assinou o enredo ao lado de Renato Lage, disse que o Salgueiro buscou reproduzir o universo do cordel na fantasia das 35 alas e nos sete carros alegóricos da agremiação.
Personagens do folclore brasileiro, como a mula-sem-cabeça e o boitatá, se vestiram de vermelho e branco no quinto carro da escola. Cercado de mitos e as lendas, o lobisomem salgueirense se “transformou” em plena avenida.
Na mistura de baião e samba, a furiosa bateria do Salgueiro ganhou o reforço da zabumba, sanfona e triângulos.
Vestidos de Lampião, os ritmistas foram em busca da nota dez na companhia da rainha Viviane Araújo. As baianas desfilaram de Maria Bonita, em uma homenagem à esposa do rei do cangaço.
DESFILE HOMENAGEOU PARAIBANO DE PILÕEZINHOS
O desfile da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro, trouxe uma homenagem ao poeta paraibano José Camelo de Melo Resende, natural da cidade de Pilõezinhos, a 111 km de João Pessoa. O carro abre-alas que retratou a literatura de cordel nordestina foi produzido pelos carnavalescos Renato e Márcia Lage.
O carro representava a história do Pavão Misterioso, obra clássica da literatura de cordel de autoria do poeta paraibano. A obra de José Camelo é considerada um dos maiores sucessos da literatura de cordel nordestina, tendo sido reeditada diversas vezes, servindo de inspiração para peças de teatro, canções, novelas e filmes.
José Camelo de Melo Resende nasceu em 20 de abril de 1885. No dia 28 de outubro de 1964, o poeta morreu em Rio Tinto, Litoral Norte da Paraíba, ficando para a história como um dos maiores autores da literatura de cordel brasileira. Ele escreveu a obra Pavão Misterioso no final de 1920.
Outros romances de José Camelo também têm enorme repercussão, como As grandes aventuras de Armando e Rosa conhecidos por Coco Verde e Melancia, Entre o amor e a espada, História de Joãozinho e Mariquinha, O monstro do Rio Negro e Pedrinho e Julinha, todos editados por João Martins de Ataíde, no Recife, e reeditados por José Bernardo da Silva e seus herdeiros, em Juazeiro do Norte.
 
Da redação
Com r7.com
fotos da internet

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