segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ministra aposta em olhar econômico para Cultura

Carolina Brígido e André Miranda
O Globo
Ana de Hollanda anuncia nova estrutura da pasta; entre as mudanças, a criação da Secretaria da Economia Criativa
Brasília e Rio. Após dias de especulação, a ministra Ana de Hollanda anunciou ontem a nova estrutura do Ministério da Cultura (MinC).
A maior novidade está na criação da Secretaria da Economia Criativa, num indício de que a gestão de Ana vai dar especial atenção ao planejamento econômico da atividade cultural. Como adiantou Ancelmo Gois ontem, em sua coluna no GLOBO, a nova secretaria será ocupada por Cláudia Leitão, ex-secretária de Cultura do Ceará e professora da Universidade Estadual do Ceará.
Em nota, Ana de Hollanda justificou a criação da pasta: “Não é possível ignorar, neste início do século XXI, a importância da economia da cultura para a construção de uma nação desenvolvida. Por isso, decidimos criar uma estrutura que possa pensar todas as potencialidades desta área no Brasil”. A Secretaria da Economia Criativa terá como atribuições as articulações da indústria cultural, com o objetivo de aumentar sua capacidade de gerar lucro e empregos.
Além de Cláudia, 13 nomes foram anunciados para ocupar os cargos de segundo escalão do MinC. Para presidir a Fundação Biblioteca Nacional, foi escolhido o jornalista Galeno Amorim, que foi secretário de Cultura de Ribeirão Preto na gestão do então prefeito e atual ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Pallocci (PT). Eloi Ferreira, que foi ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial até 2010, será o presidente da Fundação Cultural Palmares.
O escritor Emir Sader vai presidir a Fundação Casa de Rui Barbosa. Ele também é professor de História e de Políticas Públicas na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Outra novata é Marta Porto, que comandará a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural — mais uma novidade no ministério de Ana de Hollanda, que surge da junção de duas pastas. Marta foi coordenadora do escritório da Unesco no Rio de Janeiro entre 1999 e 2003.
“A nova secretaria terá áreas específicas para cuidar de cada tema, mas ganhará em eficiência por meio da integração das políticas voltadas ao cidadão, que antes eram executadas em secretarias diferentes”, explicou a ministra na nota divulgada pelo MinC.
Ana decidiu manter nos cargos o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Henilton Menezes; o presidente do Instituto Brasileiro de Museus, José do Nascimento Jr.; o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida; e o diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel.
Cinco integrantes da equipe já atuaram no MinC no governo Lula e foram remanejados. Vitor Ortiz foi diretor da Fundação Nacional das Artes (Funarte) e será o secretário-executivo do ministério. O ator Sérgio Mamberti era presidente da Funarte e será secretário de Políticas Culturais. O arquiteto Roberto Peixe foi coordenador do Sistema Nacional de Cultura (SNC) e será secretário de Articulação Institucional.
A advogada Ana Paula Santana era diretora de Programas e Projetos Audiovisuais e assumirá a Secretaria do Audiovisual.
Por fim, o ator Antônio Grassi, que já foi presidente da Funarte, volta ao cargo, substituindo Mamberti. 

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