João Balula faleceu em 21 de fevereiro de 2008 |
Se João Balula estivesse vivo corporalmente o que ele teria feito nesses últimos três anos? Pergunta sem resposta. Pois hoje completa três anos que ele se mudou pro andar de cima. João Carvalho da Silva, vulgo João Balula, foi-se daqui mas deixou muitos amigos e admiradores. Eu tive o privilégio de usufruir da sua presença e amizade. Onde ele estiver, aceite a nossa mais irrestrita saudade e admiração. Salve Balula!
( Ivaldo Gomes).
No dia 22 de fevereiro de 2008, o site www.paraibanews.com publicou a seguinte matéria sobre a morte e sepultamento de Balula:
O solene e alegre adeus a Balula
Ele teve honrarias de um chefe de Estado. Seguiu em carro aberto pelas ruas da capital paraibana escoltado por agentes da STTrans e acompanhado por um comboio de carros cheios de amigos, admiradores e familiares. Por onde o séqüito passava, chamava atenção. Foi neste ritual que João Silva de Carvalho Filho, 49 anos, o João Balula, se despediu dos amigos e admiradores, na tarde desta ultima quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008. Dezenas de pessoas de todas as classes, credos, tons, cores, crenças e visões de mundo diferentes, foram dar o último adeus ao querido Balula que partiu, prematuramente, para outra dimensão deixando saudades e lições. “Relaxe gatinha”? Era assim que ele dizia sempre a qualquer amiga quando queria acalmar os ânimos. Um homem simples, alegre e generoso. Assim era Balula, negro que tinha orgulho da sua côr e por ela brigou e esperneou para conseguir diminuir as diferenças raciais. Um homem atento às desigualdades, as diferenças. Irrequieto, contestador, polêmico, desafiante, alegre.
O “batuque funeral” deu o tom na despedida lá no Cemitério Parque das Acácias. Em meio a tantas falas que exaltavam o homem Balula, a emoção ecoava em cada manifestação de carinho e atenção a esta pessoa carismática em sua essência.Representantes da cultura popular, devidamente paramentados pelos mestres dos reisados, estavam lá prestando a sua homenagem. Pai e mãe de santo exaltavam com seus cânticos de candomblé, o seu filho. Axé Balula. Repetiam todos os presentes. A homenagem sonora dos capoeiristas ensaiava uma melodia de despedida, ao som dos berimbaus.
Poesias, lembranças, passagens, estórias e histórias de quem conviveu e o conhecia foram assuntos e motivos de expressão na despedida a Balula. Mas, foi o som da Bateria da Escola de Samba Malandros do Morro que fez seu desfecho. Os surdos “choraram” até o último momento. Todos os integrantes se sentiam filhos deste homem que colocou a sua auto-estima pra cima e ensinou muito a todos esses jovens. Até a colocação da última grinalda sobre o seu túmulo, a bateria tocava e pausadamente, como um sino de uma igreja, dava adeus ao seu guru, irmão, mestre, companheiro de tantos momentos.
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