Para eles, todas as peças de roupa são perfeitamente combináveis, independente das cores. Tudo bem que os tons fortes e de preferência com bastante brilho são considerados bem mais elegantes. Os homens, por exemplo, adoram manter um pente no bolso para arrumar as madeixas.
Já as mulheres não dispensam aquele batom “encarnado”. Agora, imagina essas coisas lindas reunidas em uma multidão de 60 mil pessoas. É um verdadeiro “colírio para os olhos”. O bloco Cafuçu vai desfilar no Centro Histórico de João Pessoa nesta sexta-feira (4). A concentração começa às 18h, em dois locais – Praça Dom Adauto e Ponto de Cem Réis. O apoio é da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope).
Além de criatividade e bom gosto para se vestir, os foliões cafuçus são “espaçosos”, até porque isso é coisa de gente muito chique. Eles são tão espalhafatosos e já cresceram tanto – mas tanto mesmo nesses últimos 21 anos – que formalizaram agora duas concentrações, programadas para começar por volta das 18h. Uma delas fica na Praça Dom Adauto, também conhecida como Praça do Bispo, e a segunda é no Ponto de Cem Réis. Em ambas haverá orquestras de frevo e DJs, que prometem animar o público até às 2h da madrugada do sábado.
Na Praça Dom Adauto, o DJ Naza alterna o palco com a orquestra de frevo. Já no Ponto de Cem Réis, quem faz isso é o DJ Fábio. Os dois mostrarão um repertório eletrônico baseado em sambas e bregas.
E ainda tem mais. A Difusora Cafuçu vai ser instalada na Praça do Bispo. De lá, serão irradiadas para o Ponto de Cem Réis músicas dos antigos e novos carnavais, além das canções e recados românticos dos foliões. Depois de muita dança e “amostração”, essa gente bonita vai descer em um arrastão pelas ruas do Centro Histórico, previsto para sair à meia-noite das duas concentrações. A multidão será puxada por outras 13 orquestras de frevo. O destino é a Praça Antenor Navarro, onde acontece a dispersão do bloco. Tem melhor “colírio para os olhos” do que esse?
21 anos de elegância – O Cafuçu surgiu de uma brincadeira entre amigos – Adalice Costa (falecida), que era funcionária do Departamento de Arquitetura da UFPB, sua irmã, Ana Costa, além de William Pinheiro, Henrique Magalhães, Paulo Vieira, Torquato Joel, Buda Lira e Bertrand Lira. Parte desse grupo havia criado há dez anos uma ONG para desenvolver atividades culturais: o Grupo Artesanal.
Como atividades associadas, o Grupo Artesanal realizou exposições fotográficas com registro da saída do bloco. Em 1999, um compacto dessas exposições participou da Mostra Off do Festival Visa Pour l’Image, em Perpignan, e de uma exposição na cidade de Marselha, na França. O Cafuçu é responsável, com mais dez blocos, pela criação do Projeto Folia de Rua (1992) e pela fundação da Associação Folia de Rua (em 1996), em João Pessoa.
Uma figura de destaque no bloco carnavalesco Cafuçu desde 2001 é a rainha hors-concours Corrinha Mendes. Ela já é considerada uma marca registrada, com sua risada e alegria inigualáveis. De “cafuçubeleza” a “Mandona”, ela imprimiu ao bloco uma irreverência nunca imaginada, tornando-se uma das personagens mais populares da cidade.
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