terça-feira, 15 de março de 2011

Zé Lezin e Cinderela voltam ao palco do Teatro Paulo Pontes

Diz a máxima que em briga de marido e colher ninguém mete a colher. Zé Lezin (Nairon Barreto) e Cinderela (Jaison Wallace) pensam mais ou menos assim. O “casal” volta ao palco do Teatro Paulo Pontes (Espaço Cultural José Lins do Rego, em Tambauzinho) nesta sexta (18) e sábado (19) para mostrar ao público que não fazem questão de lavar roupa suja na frente da platéia. O detalhe é que nesse espetáculo o público vai sim meter a colher e se esbaldar de rir. “Em Briga de Marido e Mulé Ninguém Mete” é um show também muito interativo. Os ingressos custam R$ 40 e R$ 20 (este segundo preço apenas para estudantes) e podem ser adquiridos com antecedência na loja Herrero (Tambiá Shopping) e no “Empório Santa Clara” (Mag Shopping).          
Nairon Barreto garante que esse casamento com o Jaison Wallace (Cinderela) tem tudo “para não dar certo’ mas que como em toda relação, pode ter “um final feliz”. Para dois personagens tão fortes como o Lezin e a Cinderela, podemos imaginar que essa será uma “estória que sua mãe não contou” e que provavelmente nunca lhe contará. “A diferença desse show para outros que fizemos individualmente é total”, afirma Nairon Zé Lezin Barreto. “O diálogo possibilita muito mais dinâmica do que quando eu estou sozinho no palco”, diz ele. “Além disso, estarei ao lado de um artista extremamente talentoso, que faz humor com uma grande capacidade de interpretação e de criação”, explica.
Pelo seu jeito desencanado de ser Nairon Barreto pode até parecer um artista alheio ao mundo cultural ao seu redor, mas não é mesmo. “Vivi em grupos de cultura popular e trabalhei com folclore, além disso tenho amigos como Geraldo Azevedo e Xangai que lutam em defesa da nossa cultura musical, e com eles aprendi muito”.      Pois é, o Lezin pode até gostar de “fuleragem” mas seu criador-intérprete tem bom-gosto e se preocupa com o que têm feito com a música brasileira, em particular a nordestina. “E pensar que a gente ouvia tanto Luiz Gonzaga, Marinês, Sivuca, Jackson do Pandeiro, e que de repente não existe mais arte na música e sim umas mulheres seminuas vendendo o peixe de pessoas que de artista não têm nada”, recorda saudoso.
Por essas e outras é que Nairon carrega consigo o desejo de montar um espetáculo para o público infantil, e através dele, educar os meninos para a importância das nossas raízes culturais e para o esporte. “Só assim teremos chance de ver nossos jovens crescerem saudáveis, física e emocionalmente”. Mas ele garante que não perde a esperança, e conclama os pais a terem mais atenção com seus meninos.
Há alguns anos atrás Nairon levou o Zé Lezin ao estúdio para gravar CDs e DVDs, mas ele parece ter apeado do baio daqueles tempos. “A pirataria desestimula a gente. Veja você que meu amigo Jessier Quirino também ainda não lançou um DVD e que ele também sobre com as cópias piratas de seus CDs e de gente desonesta que vai aos shows com câmera escondida somente para filmar”.
Para quem pensa que esse mal da pirataria só afeta os pop-star é bom lembrar que quanto mais deixarmos de denunciar os “piratas” menos estaremos ajudando nossos ídolos. “Roberto Carlos lança disco todo ano porque não é a toa que é O Rei, mas mesmo assim se não tivesse uma gravadora grande para bancar seus discos e devedês ele não faria mais um trabalho todo ano”, lembra pertinentemente Nairon.
O show ao lado da “Cinderela” é um novo desafio para o “Zé Lezin”, mas ele tem ainda muitos planos para o futuro. “Um dia quero me reunir com cantores como Maciel Melo e Santanna, com poetas como Jessier Quirino e Marco Di Aurélio e com repentistas como Oliveira de Panelas, para fazermos um grande show para enaltecer a tradição artística dessa nação nordestina”, exclama para deixar a certeza de que seu empenho e seu talento sempre são perenes. Engana-se aquele que pensar que fazer rir é uma tarefa fácil, pois não é. “É um aprendizado e um aprimoramento permanentes”; mas lembra que por enquanto é se esbaldar de rir com esse “Em Briga de Marido e Mulher ninguém Mete”. 
A base do “casal”
O sucesso na carreira do pernambucano Jeison Wallace e do paraibano Nairon Barreto não foi um evento casual e nem foi fácil, como muita gente pensa. Ambos trabalharam anos, pesquisaram muito e coletaram características em meio ao povo, nas ruas, até construírem essas hilárias figuras que são o Zé Lezin e a Cinderela.
"Todo personagem vem de um trabalho cuidadoso, principalmente porque nosso interesse é interagir com o público sem apresentar a ele detalhes que não sejam conhecidos, de alguma forma", explica Nairon que durante vários anos participou de grupos folclóricos, entre eles o do Liceu, onde estudou.
Jeison afirma que a Cinderela nasceu também das ruas, onde ele observava detalhes curiosos daqueles cidadãos anônimos que transitam nos grandes centros. "Por isso o povo se identifica tanto com a Cinderela, porque foi o povo que me deu matéria prima para construí-la", garante.
Como se vê o sucesso pode parecer fácil e casual, mas não é. É fruto de um trabalho que, apesar de fazer rir também faz suar os que o atingem. O melhor disso é que ambos permanecem transitando pelas ruas, colhendo temas e observando personagens para fortalecer seus repertórios. O Zé Lezin além dos shows já gravou CDs e um DVD, com destaque para "Recital de Fulerage" e "Os BrutoTomém Ama".
Foto: Internet

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