Os Clowns de Shakespeare, de Natal, Rio Grande do Norte, iniciam turnê pelo Nordeste com o Projeto “Caravana Capitão”, viabilizado através do Prêmio FUNARTE de Teatro Myriam Muniz 2011 e o patrocínio de manutenção da Petrobras. O espetáculo “O Capitão e a Sereia” irá percorrer as cidades de Mossoró(RN), Fortaleza (CE), Juazeiro do Norte (CE), Teresina (PI), São Luís (MA), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB), Caruaru (PE), Maceió (AL), Penedo (AL) e Aracaju (SE), em cada cidade o grupo realizará um intercâmbio com um coletivo local, fomentando as trocas estéticas e políticas, prática permanente do grupo.
O Capitão e a Sereia estreou em outubro de 2009 no Teatro SESI Vila Leopoldina, realizando 40 apresentações, o que garantiu ao Grupo a indicação ao Prêmio Shell 2009 de melhor música e o prêmio Shell de melhor figurino. Em 2010, o espetáculo cumpriu temporada na cidade de Natal, além de passar por João Pessoa, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Durante o projeto Caravana Capitão o espetáculo irá atingir a marca de 100 apresentações, em pouco mais de um ano de vida.
O espetáculo
A obra literária sobre a qual o grupo trabalhou é o livro homônimo do pernambucano André Neves, que conta a história de Marinho, um sertanejo que nasceu e cresceu ouvindo histórias e canções sobre o mar, o que acabou gerando uma grande paixão pelo tema. Marinho então desenvolve uma exímia habilidade de contar histórias sobre o mar, e logo forma uma trupe de mambembes que sai pelo alto sertão a encantar as pessoas a contar suas histórias marítimas. Certo dia, Marinho se cansa desta vida e abandona a trupe para finalmente conhecer o mar.
Na obra dos Clowns de Shakespeare, o foco da narrativa é diferente: ao invés de contar a história do heróis que parte em busca do seu sonho e da sua trajetória pessoal, o grupo conta a história da trupe que ficou. Através da espera pelo retorno do Capitão Marinho, a trupe constrói seu espetáculo, ou “desespetáculo”, já que o espetáculo supostamente não acontece, pela ausência do protagonista da trupe. A luta dos mambembes em fazer que o público não perceba a situação delicada que eles estão vivendo é o fio condutor do espetáculo, mediado por um outro plano narrativo em que o grupo – os Clowns de Shakespeare, e não a trupe, batizada de Tropega, Mas Não Escorrega – comenta a situação dos seus personagens e estabelece um diálogo com a obra literária original.
O “desespetáculo” tem a direção e dramaturgia de Fernando Yamamoto, um dos fundadores do grupo, e conta no elenco com todos os atores dos Clowns: Camille Carvalho, César Ferrario, Marco França e Renata Kaiser. O uso de uma pesquisa musical cuidadosa, característica marcante da estética do grupo, continua sendo uma tônica, conduzida pela direção musical de Marco França. Neste trabalho, porém, o trabalho musical contou com uma colaboração preciosa do pernambucano Helder Vasconcelos, ex-integrante do grupo Mestre Ambrósio, pesquisador de Cavalo-Marinho – manifestação tradicional que serviu de inspiração para o autor André Neves –, que assina a preparação corporal, num trabalho que foi ampliado para muito além do corpo, atingindo a música e a encenação do espetáculo.
A produção conta com uma equipe formada por profissionais de sete estados brasileiros. Além dos já citados André Neves (PE/RSe Helder Vasconcelos (PE), também participam deste processo a diretora de arte (figurino e cenário) Wanda Sgarbi (MG), a caracterizadora Mona Magalhães (RJ), o paulistano radicado em João Pessoa Márcio Marciano, ex-integrante da Cia. do Latão, que realiza uma consultoria de dramaturgia e encenação), o dramaturgo Rafael Martins (CE) e os diretores-colaboradores Adelvane Néia (SP) e João Lima (BA). A equipe é completa pela assistente de direção Paula Queiroz, o iluminador Ronaldo Costa, o produtor Rafael Telles, o assistente de produção Arlindo Bezerra, a assistente de cenografia Gabriela Brito, o preparador corporal Sávio de Luna e os fotógrafos Maurício Rêgo e Pablo Pinheiro, todos de Natal.
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