sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Exposição e concerto marcam homenagem aos 70 anos de Solha

O escritor, cordelista, artista plástico e ator Waldemar José Solha será homenageado pelo seu 70º aniversário com uma série de atividades culturais, neste sábado (29) e domingo (30), na Fundação Espaço Cultural (Funesc). A iniciativa, que envolve exposição, concerto e bate-papo com o homenageado, é uma ação conjunta do Governo do Estado, por meio da Funesc, e da Prefeitura de João Pessoa, por intermédio da Fundação de Cultura (Funjope), com apoio da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Toda a programação tem entrada franqueada ao público.
As atividades começam neste sábado, às 19h, com a abertura da exposição de artes plásticas “Waldemar José Solha: O Tempo Não Para”, que reúne quadros novos e antigos do artista, no hall do Cine Banguê. Ao todo, serão expostas 29 telas do acervo de Solha, cedidas especialmente para o evento. A exposição tem como curadores Maurise Quaresma, diretora da Galeria Archidy Picado, e Sidney Azevedo, coordenador de Artes Plásticas da Funesc. A exposição também conta com a colaboração dos restauradores da Fundação, Fernando Diniz e Dulce Enriques. Em seguida, às 20h, a Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa (OCCJP) apresenta o concerto “Cantata Bruta”, sob a regência do maestro Eli-Eri Moura.
Exposição – Reúne quadros de autoretrato, além de várias telas com novas visões de obras consagradas. Solha começou nas artes plásticas ainda criança, demonstrando seu talento na pintura e no desenho. Na Paraíba, começou a ganhar destaque ao participar, através da exposição e venda dos seus quadros, da Campanha contra a Fome, promovida pelo sociólogo Betinho, juntamente com a instituição onde trabalhava, o Banco do Brasil, em 1994, na Galeria Gamela.
No seu currículo como artista plástico também constam obras como o painel em exposição permanente no auditório da reitoria da UFPB – “Homenagem a Shakespeare” –, instalação composta de 36 telas em acrílico sobre tela, formando um retângulo de 7,20 m de largura; a instalação “Ando Muito Confuso”, na Coordenação de Extensão Cultural da Universidade; e a tela de 3,60 m – “A Ceia” –, no Sindicato dos Bancários da Paraíba, todas com a mesma técnica, além das exposições individuais feitas no Banco do Brasil e na Galeria Gamela.
Bate-papo – Complementando a programação, no domingo (30), às 18h, haverá no Auditório Verde do Espaço Cultural um Bate-Papo Literário com a presença do próprio W. J. Solha. A ideia é fazer um encontro informal com o autor, no qual estarão presentes, como debatedores, o jornalista e poeta Astier Basílio, o coordenador de Literatura e Memória Cultural da Funesc, Archidy Picado Filho, e o jornalista Walter Galvão, editor geral do Sistema Correio de Comunicação. No bate-papo, o público presente poderá participar formulando questões diretamente ao convidado.
“Cantata Bruta” – A programação especial se encerra com o concerto “Cantata Bruta”, às 20h, no Cine Banguê, após o debate literário. Inspirado em texto de W. J. Solha, o concerto foi elaborado para execução com dois solistas, dois declamadores, sons eletrônicos, coro e orquestra sinfônica. Junto com a orquestra, se apresentam a mezzo-soprano Maria Juliana Linhares, o tenor Edd Evangelista, o ator Walmar Pessoa, a atriz Suzy Lopes e o Coro Sonantis (do Compomus/UFPB), sob a regência do maestro Eli-Eri Moura. A direção de palco e iluminação são de Jorge Bweres.
A obra é uma composição coletiva de seis compositores que atuam em João Pessoa: Didier Guigue, Eli-Eri Moura, J. Orlando Alves, Marcílio Onofre, Valério Fiel e Wilson Guerreiro. Por dois meses, os compositores trabalharam na música da Cantata, cujo texto tem como referência central o premiado livro de Solha, “História Universal da Angústia”.
O concerto será o oitavo da temporada deste ano da Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa, que tem o maestro Carlos Anísio como regente titular. Dentre outros projetos, a OCCJP vem realizando uma série de apresentações intitulada “Nossos Solistas”, tendo os instrumentistas da própria orquestra como solistas, e também promovendo projetos especiais, que são apresentações diferenciadas, como a “Cantata Bruta”. Em 2011, já se apresentou no Festival Mimo, em Recife (PE), e no II Festival Internacional de Música de Campina Grande.
O Coro Sonantis tem como regente titular e regente assistente os compositores Eli-Eri Moura e Marcílio Onofre, respectivamente. Recentemente apresentou, junto à Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa, o “Requiem para um Trombone”, em memória do trombonista Radegundis Feitosa.
Comemoração – Na opinião da presidente da Funesc, Lu Maia, a homenagem a Solha é merecida. “Ele é um multiartista e chega a essa idade com o potencial produtivo em alta, com obras que são admiradas e servem como referência para muitas gerações de artistas e escritores. Por isso, nada mais justo do que uma homenagem em vida a esse homem para marcar seus 70 anos”, observou. “A obra dele é para sempre, seja nas artes plásticas, na literatura, atuando. Por isso, o nome do evento, “O Tempo Não Para”, porque para ele, o tempo não para, está sempre em movimento”, disse Lu Maia.
W. J. Solha – O escritor, poeta, dramaturgo, ator e artista plástico Waldemar José Solha nasceu em Sorocaba (SP) em 1941 e mora na Paraíba desde 1962. É autor de livros como “Israel Rêmora”, “A Verdadeira Estória de Jesus”, “A Batalha de Oliveiros” e “História Universal da Angústia”.
Entre os romances que assina também estão “A Canga” (2º prêmio Caixa Econômica de Goiás), “Zé Américo Foi Princeso no Trono da Monarquia”, e “Shake-up”, além do poema longo “Trigal com Corvos”, publicado pela Palimage, de Portugal, em 2004 – que recebeu o Prêmio João Cabral de Melo Neto 2005 como melhor livro de poesia do ano anterior –, e “História Universal da Angústia”, Prêmio Graciliano Ramos 2006 e finalista do Prêmio Jabuti 2006. Sua obra mais recente no campo da literatura é o romance “Relato de Prócula”.
W. J. Solha tem passagens também pelo teatro. Escreveu “A Batalha de OL contra o Gigante Ferr”, “A Verdadeira História de Jesus”, “Os Gracos”, “A Bagaceira”, “Papa-Rabo”, “Burgueses ou Meliantes”, e “A Batalha de Oliveiros contra o Gigante Ferrabrás”. Trabalhou como ator nos filmes “O Salário da Morte”, dirigido por Linduarte Noronha; “Fogo Morto”, por Marcus Farias; “Soledade”, por Paulo Thiago; “A Canga”, com direção de Marcus Vilar, e “Lua Cambará”, de Rosemberg Cariry.
Programação

Sábado (29)
19h – Abertura da exposição “Waldemar José Solha: o Tempo não Para”, no hall do Cine Banguê
Curadoria: Maurise Quaresma e Sidney Azevedo
20h – “Cantata Bruta”, concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa com Coro Sonantis e solistas, e texto de W.J. Solha
Regência: Eli-Eri Moura
Local: Cine Banguê

Domingo, 30
18h – Bate-Papo Literário com W. J. Solha
Debatedores – Walter Galvão (jornalista/escritor), Astier Basílio (jornalista/poeta), e o coordenador de Literatura e Memória Cultural da Funesc, Archidy Picado Filho (escritor)
Local: Auditório Verde (ao lado do Teatro Paulo Pontes), no Espaço Cultural
20h – “Cantata Bruta”, concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa com Coro Sonantis e solistas, e texto de W.J. Solha
Regência: Eli-Eri Moura
Local: Cine Banguê

0 comentários:

Postar um comentário