terça-feira, 3 de maio de 2011

BIN LADEN INCORPORA EXU NO SERTÃO


*Miguezim de Princesa







I
Acabo de receber
Uma grande informação,
Que vazou de uma carta
Mandada do Paquistão,
Afirmando que Bin Laden
Se encontra no Sertão.
II
É na cidade do Lastro,
Nos confins paraibanos,
Que está homiziado
O chefe dos muçulmanos,
Porém com a barba raspada
E a cabeça sem pano.
III
Vende galinha na feira;
Só anda armado de faca,
espingarda soca-soca
e garrucha na bruaca;
É querido e conhecido
Por nome Mané Binlaca.
IV
Assim que chegou por lá,
Endoidou por uma menina
Cujo prenome é Joelma
De Socorro de Ambrosina.
Quando recebeu um “não”,
Quis tomar estricnina.
V
Foi a irmã de Johnsim,
Que chegou esbaforida,
A tempo de lhe dar leite
E assim salvar sua vida,
Contando com a ajuda
De Breno de Aparecida.
VI
Quando ouviu a notícia
Que Bin Laden tinha morrido,
Mané soltou uma “gaitada”,
Fez o maior alarido,
Deu três tiros de garrucha
Que estuporou o ouvido.
VII
Mandou matar três galinhas,
Fez uma panela de canja;
Agarrou-se com Naninha,
Filha de finada Arcanja;
Comeu uns quatro pão-doces
Com Ki-suco de laranja.
VIII
Chamou Ricardo Coitim,
Também a primeira-dama,
Dr. Cássio Coisa Linda,
De quem já conhece a fama,
E se juntaram numa farra
Para mangar de Obama.
IX
Acham que os americanos
Estão fracos das ideias,
Espalhando pelo mundo
Mentira e “prosopopeias”,
Pois a foto divulgada
Era do finado Enéas.
X
Bin Laden ainda está vivo
Feito uma assombração:
Ainda ontem foi visto
No terreiro de Janjão,
Incorporando um Exu
Com uma bomba na mão.

Fonte: blogdotiaolucena.com.br 

Miguel Lucena Filho (Miguezim de Princesa)
Miguezim é poeta, jornalista, advogado e delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, redator da “Tribuna da Bahia”, repórter da “Folha de São Paulo”, de “O Norte” e “A União”, em João Pessoa, redator e editor do “Diário da Borborema”, repórter de “A Tarde”, em Campina Grande, e redator do “Correio da Bahia”, em Salvador. Foi diretor dos Sindicatos dos Jornalistas da Paraíba e da Bahia e da Federação Nacional dos Jornalistas. Lucena escreveu sua primeira poesia aos 10 anos e guardou, até a adolescência, seu acervo, numa caixa de papelão que, confundido com papel velho foi jogado no lixo. Acabrunhado, interrompeu sua produção artística e só brincava de repentista, eventualmente, com os amigos. Depois de algum tempo voltou a versejar, nas horas vagas, e, recuperando o tempo perdido, publicou o livro de poemas “Verso-Menino”. Dotado de espírito crítico e bom humor invulgar, Miguezim, encanta a todos com seu repertório.
Fonte: praiadexangrila.com.br

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