quarta-feira, 1 de junho de 2011

Ana de Hollanda nega que tenha enfrentado crise grave no MinC

Catarina Alencastro
O Globo
A Ministra Ana de Hollanda participou do Seminário "A modernização da lei de direitos autorais"
BRASÍLIA - A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, negou nesta terça-feira que tenha enfrentado uma grave crise em sua Pasta por conta da revisão que propôs da política de direitos autorais iniciada por seus antecessores Gilberto Gil e Juca Ferreira. A ministra passou menos de dez minutos no seminário "A modernização da lei de direitos autorais", que pretende receber as últimas contribuições ao anteprojeto de lei que será encaminhado à Casa Civil. Segundo ela, o processo de discussão sobre o tema não foi retomado, e sim continuado.
- Não vejo essa crise tão grave porque no momento estamos aqui discutindo a lei do direito autoral com todos os segmentos. Este é o momento novo em que a gente está promovendo o que a gente prometeu promover, que é uma discussão para poder mandar o quanto antes para o Congresso - afirmou.
Sobre a carta assinada por mais de cem entidades ligadas ao movimento cultural à presidente Dilma reclamando da condução que Ana fazia da política de direitos autorais, a ministra disse que não sabe o que Dilma respondeu:
- Estou trabalhando com a presidente Dilma naturalmente. Não sei se houve alguma manifestação do Palácio para eles.
Um dos pontos que precisavam ser melhor discutidos antes que a matéria seguisse para apreciação do Congresso, segundo Ana, é o papel da internet e a cópia de arquivos sem autorização do autor.
- Várias áreas como fotografia, design disseram estar insatisfeitas com o que havia sido enviado (pela gestão anterior à Casa Civil) - justificou.
Em sua aparição relâmpago no seminário que se estende até a quarta-feira, Ana cometeu alguns tropeços. Ao ser anunciada pelo mestre de cerimônias para presidir a mesa, ela não apareceu. Todos aplaudiram, mas como a ministra não chegava, os convidados começaram olharam para trás procurando Ana, que só chegou alguns minutos depois, quando outro integrante da mesa era anunciado.
Ao se instalar no palco e vendo que o auditório estava quase vazio, Ana pediu que todos ocupassem lugares mais à frente. Como ninguém se moveu, ela disse que quem quisesse poderia permanecer onde estava. Quando discursava o texto que havia escrito, a ministra se atrapalhou mais de uma vez na leitura, chegando a trocar a palavra abordar por abortar.
Ela citou um artigo do cineasta Cacá Diegues, afirmando que somente quando o autor se torna senhor de sua própria obra ele se torna senhor de si mesmo. Depois de dizer que o Ministério da Cultura apoia a troca e o compartilhamento de arquivos na internet, Ana deu a tônica que deseja ver na proposta que o Executivo enviará ao Congresso:
- O autor é senhor de sua obra e deseja que ela circule. Este é o sentido maior que deve nortear a modernização da lei dos direitos autorais.
O Ministério promete encaminhar o anteprojeto de lei à Casa Civil até o dia 15 de julho.

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